Ano de 1997. Típica tarde primaveril: o sol brilhava lá bem no alto e emanava um calorzinho delicioso, lembro-me como se fosse hoje. Eu estava na rua, no jardim e não parava de andar ás voltas do lago, estava ansiosa que chegasse a hora. Os minutos pareciam horas e as horas pareciam meses, nunca mais chegava o momento...
Finalmente parou um carro ao pé do portão e dentro dele saiu o meu "menino", olhos azuis lindos, com uma risca castanha no olho direito, maioritariamente preto mas com algumas manchas branquinhas ao longo do corpo, bem na pontinha do focinho, á volta dos olho, na cauda, nas patinhas, na barriguinha, parecia um peluche cheio de pelinho fofinho. Era o terror lá de casa, nas redondezas era bem conhecido sim senhor, principalmente pela fama que tinha ganho desde que tinha papado uma vaca, um burro e dois porcos, já para não falar das muitas galinhas, perus, cisnes, coelhos, etc. Ele nao tinha culpa, é próprio da raça, os huskys siberianos têm um grande instinto de caça, mas para as pessoas são uns doces. Agora que já estava velhinho já não se portava mal, já nao fugia, já nao saltava o muro para ir á caça nem para ir namorar (sim porque ele teve imensas namoradas:)), agora já era um menino bem comportado!
Eras o meu menino Indy, mas tiveste que ir para outros mundos, para outras vidas. Queria muito ter estado contigo no momento do teu último sopro de vida, mas não cheguei a tempo, corri mas nao consegui, desculpa.
Ficarás para sempre no meu coração e na minha memória...
Neste dia a minha vida ficou menos cor de rosa, menos sorridente, menos alegre, porque para mim os animais, especialmente os meus animais, são parte integrante da minha vida e perder uma parte de mim, que me acompanhou durante 10 anos, custa muito, mas sei que tenho mais uma estrelina no céu a olhar por mim.
